16/10/2007

DOENÇAS HOMOSSEXUAIS?

EXISTEM DOENÇAS HOMOSSEXUAIS?

Não há muito tempo fomos solicitados (no TRUMPS) para participar numa acção de rastreio (com recolha de amostras de fluídos líquidos) de uma qualquer doença sexualmente transmissível, por um responsável de uma conhecida associação de defesa dos direitos dos homossexuais.

Não colaboramos, porque entendemos que actos médicos, mesmo de mero rastreio, envolvendo recolha de amostras de fluídos humanos, só devem ser praticados, onde essas mesmas amostras, não sejam susceptíveis de contaminar ou de ser contaminadas, isto é em locais apropriados para a prática de actos médicos

A questão ficou resolvida liminarmente, mas com este bizarro pedido era abordada a questão das “doenças dos homossexuais”, e do dever que nós teríamos, por isso, de colaborar. Suscitou-se-nos então a questão de saber, se de facto existem doenças homossexuais (m/f)?

Este espaço do nosso “blog”, é dedicado a todos os que quiserem expressar livremente, as suas opiniões sobre este assunto, não havendo qualquer censura prévia ao que cada um escreve, reservando-nos contudo o direito de retirar (à posteriori) quaisquer inserções lesivas da reputação ou que prejudiquem ou ofendam os direitos individuais de qualquer pessoa.

Qualquer pessoa visada em comentários neste “blog” pode solicitar a retirada do comentário com um simples e-mail para info@trumps.pt.

Solicitamos a alguns amigos que dessem o “pontapé” de saída.

BeStrong: Olá a todos :) Bem, este tópico é verdadeiramente pertinente. Para além de ser muito informativo, pode também servir para (des)mistificar o tema presente.
Doenças Homossexuais? Na verdade a SIDA sempre foi alvo de "cabeça de cartaz" quando se pretendia ofender um homossexual, contudo, no passar dos tempos, deduzo que esse "mito" esteja cada vez mais longe de se ouvir. Estudos realizados, apontam para que o virus HIV seja mais transmissíveis entre heterossexual.
Podemos entender por doença, uma anormalidade (mental ou homeostatica), não sendo qualquer doença identificada como heterossexual ou homossexual. Quando a homossexualidade era considerada uma "doença", o seu significado até às ultimas décadas, era devido às influencias de um ser humano homossexual viver na "pressão da sociedade"/identidade sexual do individuo, influenciando dessa forma o estar do indivíduo entre os outros.
Que tipo de "doenças homossexuais" pensam existir?

2 comentários:

SAUDAVEL disse...

"By the age of 15 (1963), I had done enough reading to convince myself that I suffered from a severe and almost incurable mental illness. I "knew" I was sick. The medical literature told me so. I scoured text book after text book and developed a strategy that might possibly cure me. It was painful, exhausting, frightening and demanding, but I believed that if I acted like a morally upstanding heterosexual (as I perceived such a thing to be from my very strange and twisted world of self-delusion), deeds and actions would eventually internalize my heterosexuality. I spent (wasted) almost twenty years of my life pursuing this folly, believing that one morning I would wake up and actually desire a woman.
At least two or three times a week I would hide away and struggle to masturbate to heterosexual fantasies. In my teens and early twenties I would work so hard at it that I would sometimes rub myself raw in the futile attempt, demanding an impossible orgasm from my uncooperative libido and member.
I pursued this self-prescribed therapy with an almost insane passion, taking no prisoners along the way. I was considered a real "lady's man" in high school and college; an image I carefully cultivated. I broke many hearts along the way. In 1972, I "shacked up" with a woman and in 1973 we were married.
I was openly homophobic and generously included some gay men among my friends but treated them with condescension and a degree of disrespect.
It wasn't until the early 1980s as I moved into my 30s that I started to come to terms with the reality that homosexuality was not a sickness and that my self-designed therapy was not only futile but truly perverse. I spent the next few years digging my way out of a living grave. I had buried myself alive. I almost didn't make it, but at 40, I clawed my way through the last few layers of mud and found fresh air.
Craig, Haggard, Allen and Chambers deserve more sympathy from all of us. Humor on the subject and surrounding these men is therapeutic but I'm suggesting that we're not laughing at them as much as we are laughing at ourselves--which is a good thing.
And while the anger and condemnation is partly appropriate, a helping hand is equally necessary if we are to be a responsible and civilized people. Such men are more victims than victimizers. They are victims of a badly flawed society that crushes much of the beauty and brilliance of human nature. We need to consider that hounding Larry Craig and Ted Haggard may seem like the easy and right thing to do, but we also need to consider that they may be victims of a system and culture that deserves much more scrutiny and condemnation than do they.
And to see them and ex-gays as the enemy diminishes us all. They are the victims of a sick and toxic system and society. They are our brothers and sisters and deserve our compassion and care rather than our disdain and mockery. I'm not suggesting that we turn the other cheek, but I am suggesting that we need to address this awfulness with a greater degree of compassion and understanding. These people need our understanding and a helping hand. And it just might be that this radical new approach to ex-gays and deeply repressed closet cases will take much of the wind out of evangelical and neo-conservative sails."

Ao ler este texto num qualquer blog, não consegui deixar de recordar a minha própria "doença", que auto diagnostiquei com 14 anos (1960).
Nessa época em Portugal, a homossexualidade masculina era crime, pelo qual se ia preso um número considerával de anos (haveria seguramente quem achasse que era crime sem castigo, antes com recompensa!), e a homossexualidade feminina não estava prevista no Código Penal, pois não havendo penetração (o clitóris era considerado demasiado pequeno para assegurar a função), não havia acto sexual!
Noutros países, ditos mais civilizados, era doença mental tratada das mais diversas maneiras.
Nessa altura da minha vida, emigrei para os U S of A, e a minha situação piorou substancialmente.
Nesse país, nessa altura, a homossexualidade entre adultos era igualmente crime, mas entre adolescentes era considerada doença mental tratável de diversas maneiras nomeadamente com electro choques (“behaviourism technique”).
Tal como o autor do artigo acima refere, toda a literatura da época, apontava o caminho da cura através do comportamento e do auto convencimento.
Junte-se a esta convicção ”científica”, a filosofia existencialista de Sartre e outros autores, que tanto atraíam os jovens na altura, e que prometia que a capacidade de autodeterminação era absoluta, e temos o cocktail ideal para enterrar vivos dentro de si próprios, os jovens homossexuais, fossem rapazes ou raparigas.
Foi o que eu fiz, não sem entretanto acumular casamentos (heterossexuais) falhados e filhos “naturais”, de acordo com a vossa definição na capítulo dos filhos.
É evidente que um homossexual enterrado dentro de si próprio, casado com uma mulher e pai de filhos, não é nem bom marido, nem bom pai... só por milagre ou encanto! E eu não acredito em encantos ... pois tal como um poeta me escreveu: “Não acredites em encantos, para ti os príncipes morrem à nascença.”
Só a meio da década de 80, com 39 anos, consegui, ao fim de três tormentosos anos de dúvidas e de miséria psicológica, a raiar o suicídio, desenterrar-me e começar finalmente a viver a minha vida normal, embora com a auto estima exaurida por tantos anos de negação do verdadeiro ego.
É evidente, e ainda bem, que para boa parte dos jovens de hoje, estas histórias, são arcaicas e impensáveis nos dias que correm.
Mas não nos iludamos, ainda existem muitos homossexuais, de todas as idades, que não estão doentes, estão, pior do que isso, estão mortos e enterrados nas sepulturas em que tornaram as suas vidas, sendo que só a condenação veemente de uma sistema cultural baseado em valores arcaicos de natureza religiosa, os poderá ressuscitar para a vida a que todo o ser humano aspira e tem direito – uma vida saudavelmente feliz.

José Mendes disse...

Olá Saudável, na realidade, todos nós vivemos momentos que nos são muito dificeis.
Acho que ninguém gostaria de vivênciar todo esse sofrimento e ângústia; mas podes sempre tirar "proveito" dessa tua experiência, como o acabas de fazer, transmitindo-a.
Julgo que as tuas palavras, carregadas de sentimento, despertam os jovens para algumas dificuldades, que infelizmente no seculo XXI ainda persistem.
Não vivi nem por uma décima parte desse tipo de situações, mas para além de ter "começado" a homossexualdade à relativamente pouco tempo (seis anos), passei por experiências impressionantes com o meu antigo companheiro. Mas a questão que se debate de momento, nao esquecendo o passado tão importante, é esta mesma pergunta "doenças homossexuais".
Analisemos o termo "doença"...que tipo de doenças podem sugir na homossexualidade?