10/10/2007

CASAMENTO ENTRE HOMOSSEXUAIS (M/F)

Porque é esta uma questão do momento?

É politicamente correcto defender a igualdade de direitos para todos os grupos minoritários, existente na sociedade, diferenciem-se eles por razões étnicas, sexuais, religiosas, etc, etc.

Neste "blog", respeitando todas as minorias, interessa-nos em particular a minoria constituída pelos homossexuais (m/f).

Se se perguntar à esmagadora maioria das pessoas se está de acordo com a igualdade de direitos dos homossexuais (m/f), a maioria responderá que sim.

Pergunte-se sobre o casamento entre homossexuais (m/f), e aí o caso muda de figura.

A maioria estará contra.

Mas nesta maioria também estão homossexuais (m/f).

Também há, e são cada vez mais, os que estão contra o casamento, seja entre heterossexuais ou homossexuais (m/f).

Este espaço do nosso "blog", é dedicado a todos os que quiserem expressar livremente, as suas opiniões sobre este assunto, não havendo qualquer censura prévia ao que cada um escreve, reservando-nos contudo o direito de retirar ( à posteriori) quaisquer inserções lesivas da reputação ou que prejudiquem ou ofendam os direitos individuais de qualquer pessoa.

Qualquer pessoa visada em comentários neste "blog" pode solicitar a retirada do comentário com um simples e-mail para info@trumps.pt.

Solicitamos a alguns amigos que dessem o "pontapé" de saída.

ABCD: Casar para quê? Para poder ter no BI a situação “casado” ou mais tarde “divorciado”? Às vezes até dava jeito, no emprego por exemplo, mas acho que não muito obrigado.
João Manuel: Os homens com mais de 35 anos solteiros, levantam muitas suspeitas sobre a sua sexualidade, pelo que ter casado no BI até pode dar jeito. É uma razão fracota, mas para mim suficiente.
BeStrong: O casamento é conhecido por todos como um laço entre duas pessoas. Casamento por amor, por religião, por estatuto social, entre muitas outras diversidades. Concordo com o casamento, seja ele entre heterossexuais ou homossexuais, pois o casamento é um símbolo (social, religioso...) que une duas pessoas pelas mais variadas razões. Se penso casar? Não... mas simplesmente porque não sinto necessidade de casar pois encaro o casamento como meramente cultural, pois não me identifico ou não lhe atribuo um significado pessoal.
Penso que cada vez menos, existe a situação de o factor casado no B.I. influenciar na profissão, pois na minha visão futurista (pessimista), as empresas vão querer cada vez mais pessoas solteiras para que possam usufruir da liberdade das esposas e dos filhos... perdoem-me esta visão tão vulgar a minha pessoa.
Para que possa opinar relativamente ao casamento entre homossexuais, será sempre necessário saber qual o significado que estes lhe atribuem. Uns concordam, mas a maioria discorda... porque? Razões... religiosas? Sociais? Pessoais? Reforço a pergunta? Qual o significado de casamento para cada um de nós? Possivelmente se questionar a um heterossexual se casa para ter direitos, certamente que nos dias de hoje, a resposta será “não”. Ok... perguntei a dois heterossexuais qual o significado de casamento: resposta: “comunhão de bens”, mas rapidamente disse: “ahh, acho que é mais uma questão cultural” (R. de 19 anos). T. de 51 anos também heterossexual... “casamento é cultural, casei aos 48 porque a minha esposa estava sempre a dizer que as irmãs ainda não me tratavam por cunhado”.
Não questiono o que é o casamento, mas sim o que é para si o casamento?

BACHELOR: Não podia estar mais de acordo quer com o ABCD quer com o João Manuel. Casamento é mesmo basicamente isso, um acto legal consagrado no BI, através da indicação do “estado civil”. Tudo o mais que o casamento comporta pode-se conseguir através de instrumentos mais eficazes e com menores custos, caso se queira modificar o “status quo”.
CASADODEFACTO:Achei graça aos comentários do ABCD, do João Manuel e do BACHELOR, mas casamento é muito mais do que vocês imaginam. Não é só “estado civil”, que é muito importante quando um dos conjuges está na prisão ou no hospital, para não falar nas tais situações de estatuto social que referiram. Para visitas na prisão tem-se que se alegar motivos humanitários, e para pernoitar/visitar no hospital, há que dar um mundo de explicações e mesmo assim fica-se à mercê da boa vontade da senhora enfermeira chefe.
Casamento homossexual, porque não? Porque que é que aos homossexuais não se devem aplicar as regras do Código Civil na sua plenitude.
Porque é que o casamento há-se ser um contrato civil somente celebrável entre heterossexuais? Não será este um conceito arcaico, fruto de dogmas religiosos? Não violará esta norma o laicismo constitucionalmente garantido do Estado, com vista a assegurar a igualdade de direitos de todos os cidadãos, independentemente das suas convicções religiosas? Será que esta exclusividade contratual não é uma forma de proteger valores religiosos, nomeadamente os judaico-cristãos, e a ser é constitucionalmente aceitável?
Li outro dia que um Senador americano apresentou em tribunal uma queixa contra Deus. Um dia destes, arranjo uns amigos, para partilhar despesas e faço uma queixa contra o Estado Português, por cercear a minha liberdade civil.


AMOROSO ANÓNIMO:Não gosto da ideia de casamento. Pronto, já disse.
Não gosto por dois motivos:
1º: Se funcionasse, não havia tantos divórcios.
2º: Não gosto de exercícios de direito de propriedade sobre pessoas.
Acham forte? Pois eu não.
O casamento, tal e qual como nós o exercemos, não passa de uma forma encapotada e rasca de não enfrentar o medo da perda.
“Casas comigo até que a morte nos separe. Nunca mais podes olhar, tocar ou querer sentir outra pessoa – és propriedade minha!!!.
Se for o divórcio em vez da morte a separar-nos... nem sonhas como te vou fazer a vida num inferno.”
O casamento existe porque se acredita que é uma expressão de amor. Finge-se acreditar que um contrato pode ser uma expressão de amor! Extraordinário...
Eu acredito no amor. No amor que liberta, no amor que faz feridas fundas nas veias, porque é vivido no sangue.
O exercício do amor é uma corrida de fundo, um treino feito todos os dias, todas as horas.
Proponho que se criem os “AA” - Amorosos Anónimos.
Os AA terão uma única regra: “Vou amar-te hoje. Amanhã logo se vê”.
As pessoas integradoras dos AA terão de saber que o amor é um exercício de liberdade, todos os dias repetido.
Se um AA pretender celebrar um contrato de casamento com outra pessoa... porque não? Ouvi dizer que, em certos casos a celebração de um contrato de casamento até pode dar muito jeito, especialmente em termos de direito sucessório. E temos que ser práticos, porque a vida não é só feita de amor, uma casita confortável, um carrinho catita e umas aplicações financeiras dão sempre jeito, não é verdade?
Se um casal de AA's for constituído por pessoas do mesmo sexo...
Chega de disparates, de preconceitos, de religiões, de regras, de necessidades de protagonismo.
A questão não é saber se homossexuais devem ou não poder casar. Isso é um problema que nem tão pouco deveria ser colocado, pela simples razão que não deveria ser problema.
A questão é a de saber como deve ser vivido o casamento.
Sou solteiro.
Não gosto da ideia de casamento.
Sou AA.

2 comentários:

blogger disse...

As meninas Teresa Pires e Helena Paixão, acabam de roubar a ideia ao CASADODEFACTO. Vão suscitar a questão da constitucionalidade do casamento homossexual, no Tribunal Constitucional, com fundamento no facto de a Constituição proibir expressamente, qualquer tipo de discriminação, nomeadamente com base na orientação sexual.
Força meninas... e o CASADODEFACTO bem podia ajudar com uns trocos estas corajosas meninas.

Unknown disse...

“OS AA – AMOROSOS ANÓNIMOS”

10 MANDAMENTOS DOS AA's

1. Só por hoje vou amar-te.
2. Só por hoje, vou ser-te fiel.
3. Só por hoje, vou vivenciar o meu amor em plenitude.
4. Só por hoje, não vou duvidar do que sinto.
5. Só por hoje, não vou fazer cobranças.
6. Só por hoje, vou não vou ter medo da perda.
7. Só por hoje, vou fazer amor com toda a pele e com todo o coração.
8. Só por hoje, vou viver o meu amor como se este fosse o último dia da minha vida
9. Só por hoje, vou conceder-me o direito de chorar e de sofrer, se não for possível partilhar o meu amor
10. Só por hoje...

Estes são os 10 MANDAMENTOS de quem ama em verdade.
Só por hoje...

Estes são os 10 MANDAMENTOS de quem acredita no amor, de quem sabe que o amor é um exercício de liberdade, de quem sabe que o amor provoca feridas profundas nas veias quando é vivido a sangue.
Só por hoje...

Estes são os 10 MANDAMENTOS de quem sabe que nada é eterno, excepto a essência do amor.
Só por hoje...

Só por hoje... não me interessa saber de contratos de casamento, de certidões de servidão legalizadas pelo Estado e apoiadas pelas religiões.

Só por hoje... não quero saber de histórias de ressentimentos mascarados de vitimização, quando um divórcio acontece.

Só por hoje... não quero ouvir contar de vinganças, nem de solidões acompanhadas, nem quebras de lealdade.

Só por hoje... quero saber de gente inteira. Quero saber de gente que ama por opção, porque sabe que a redenção existe e que é feita de amor.

Só por hoje... quero partilhar a cama e o riso com o meu amor.

Só por hoje... sei que o amor está ao alcance de todos e que as orientações sexuais de cada um não são para aqui chamadas.

Só por hoje... não me interessa se as pessoas casam ou não. Homosexuais ou
heterosexuais. Essa decisão está intimamente ligada com os níveis de consciência - e... de inteligência, pois basta olhar em volta para constatar que o nosso modelo de casamento não resulta, não é eficaz: basta conhecer a taxa de divórcios.

Só por hoje... vou arriscar.

Só por hoje... sou AA.
Só por hoje.

Maria Filomena Falé